O Movimento Parque Verde (MPV) analisou e discutiu o projecto da Câmara Municipal da Figueira da Foz (ver detalhes aqui) para a requalificação do Jardim Municipal da cidade, “uma obra
orçamentada em 800 mil euros, a segunda intervenção em menos de 15 anos, num investimento total de quase 2 milhões de euros. São cerca de 10 mil euros por mês. Este é um valor muito elevado dadas as carências do concelho em termos de desenvolvimento sustentável, independentemente da origem do financiamento ou das verbas”.
“Acreditamos que um investimento desta ordem numa zona muito importante da cidade merece um estudo prévio detalhado e discutido publicamente para avaliação do seu custo benefício. Louva-se a discussão pública mas estranha-se a pouca informação e a falta de qualidade da apresentação do projecto – trata-se de um PowerPoint genérico, amador sem qualquer referência à Instituição promotora nem aos técnicos envolvidos”, salienta o MPV que avaliou a proposta em vários dos seus pontos principais, tomando posição e fazendo sugestões e recomendações “com o objectivo de melhorar a qualidade da intervenção”, tendo presente que “o actual projecto não corresponde aos atuais requisitos societais de sustentabilidade ambiental e económica, obrigatórios no âmbito de um esforço global para minorar o impacto das alterações climáticas”.
Desta forma, o Movimento apresenta sugestões no intuito de “melhorar o actual projecto, abrindo novos horizontes aos decisores e confrontando os técnicos da CMFF com desafios que não foram tidos em conta na elaboração da reformulação do jardim municipal”.
“Somos um conjunto de cidadãos unido em torno de uma ideia simples: queremos uma cidade com um Jardim Municipal mais vivo, mais participado, preservando o património arbóreo e em que haja uma verdadeira ligação às Abadias. Um valor pelo qual lutamos há décadas, tornar a cidade e o concelho da Figueira da Foz mais verdes e sustentáveis, legando uma cidade melhor às gerações vindouras”, explica ainda o Movimento.
As recomendações e sugestões têm por base 10 pontos (ver imagens).
“Na óptica do MPV será uma opção de bom senso reflectir e ponderar a realização da obra, devendo ser suspensa, por ora, a decisão de Câmara agendada para o próximo dia 20”, resume o Movimento.

Proposta

Segundo revela a autarquia, o projecto prevê:
• Anulamento do arruamento a norte do Jardim Municipal
• Melhoria do espaço verde a norte e sua integração na área global
• Alargamento do corredor central para possibilitar a passagem de bicicletas
• Melhoria da ligação às Abadias
• Organização do estacionamento
• Criação de contentores enterrados
• Instalar um coreto com capacidade para realização de espectáculos
• Reformulação dos pombais
• Sobrelevação das passadeiras envolventes e reformulação das rebaixadas – acessibilidades
• Criação de uma biblioteca de jardim e pequeno café
• Reformulação e ampliação do parque infantil com criação de espaços por idades
• Criação de uma esplanada entre o café/biblioteca de Jardim e o parque infantil
• Iluminação LED
• Reformulação da circulação a norte do jardim e saneamento da depressão a sul
• Reformulação de toda a zona verde
• Reformulação do sistema de rega
• Remoção dos cepos de árvores mortas
• Reformulação de toda a rede de drenagem pluvial