A olhar para ti – o mundo parte

Amo-te mais do que qualquer homem – diz o Ecce homo.
Como se chega a ser o que se é – pergunta-nos Brian Molko.
Saí contigo hoje de manhã, já era tarde, tarde demais para te dizer bom dia, tarde demais para te dizer que não gosto de manhãs, tarde demais para te dizer que ias bonita, tarde demais para te dizer, mãe, dá-me a tua mão, tenho medo, tenho tanto medo de tudo e de todos que acabo por ter ainda, não espera, agora é tarde, já é tarde para te dizer o que quer que seja.
Até já. Reduzo todo este marasmo em duas palavras, acentuadas, não gosto de acentos mas tenho de os usar. Sabes, o português que me ensinam eu não aprendo, nem quero, não ensinam a pensar com ele, ensinam a debitar índices e escalas métricas visuais, e o que eu vejo é tão maior que chumbo, que falto, não vou saber português. Desculpa, mãe.
Um adeus não te digo. Não sei como dizer-te, nem quero aprender.
A minha vida toda te procura, minha mãe, minha referência, meu ser.
Hoje, não te disse uma coisa que te quero há muito dizer.
És a melhor mãe do mundo
A.
A árvore que eu desço e subo – só por prazer
O rio que me traz e leva – até onde vai não sei, nem quero saber
O trevo de 4 sítios – todos os que há cá na terra
Minha mãe, és só minha!!! O meu milagre, o meu eu
Tudo se cura
a olhar para ti – o mundo parte – e eu fico aqui
a tentar português, ser.

COMENTÁRIOS

ou registe-se gratuitamente para comentar.
Critérios de publicação
Caracteres restantes: 500

mais

QUEM SOMOS

O «Figueira Na Hora» é um órgão de comunicação social devidamente registado na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social). Encontra-se em pleno funcionamento desde abril de 2013, tendo como ponto fulcral da sua actividade as plataformas digitais e redes sociais na Internet.

CONTACTOS

967 249 166 (redacção)

geral@figueiranahora.com

design by ID PORTUGAL