Assobiar para o lado II.

Repito!
São indícios, demasiados indícios sem dúvida!
Não me quero tornar no arauto das grandes desgraças, mas torno a alertar: andamos a brincar com o fogo e com a água, e ainda não satisfeitos, começámos a brincar também com a seca!
Recentemente, por duas vezes consecutivas, demo-nos mal, muito mal, com o fogo. Subscrevo inteiramente as palavras dum Sr. Comandante dos Bombeiros que referindo-se à última grande tragédia, disse com todos os pontos nos ii: " Foi por milagre que não morreram milhares de pessoas."
As notícias são preocupantes, mas mais preocupante, é o silêncio e a forma como as autoridades estão a gerir o problema. As alterações climatéricas são anunciadoras de grandes catástrofes. A natureza, a qual acusamos de ser caprichosa, não costuma ser tão pródiga nos seus avisos. Contudo, a que assistimos com desusada frequência e intensidade quase extremas? Eu passo a enumerar: incêndios; secas; tufões; chuvas; frio; sismos; erupções vulcânicas, tsunamis e mais algumas pragas...
"Certus ab incertus", nas Canárias, um pouco mais a sul das nossas Ilhas dos Açores, uma gigantesca massa rochosa com 500 mil milhões de toneladas está em risco de se desmoronar e prevê-se que cause um tsunami com ondas que possam atingir entre os 100 e os 135 metros de altura, na verdade, há uma falha geológica na estrutura da ilha de La Palma, onde fica o vulcão denominado Cumbre Vieja. Quando ele entrar em erupção, parte da ilha poderá ceder, deslocando grandes quantidades de terra para o oceano e originar a formação duma onda gigante, que poderá chegar até ao Caribe, à costa leste dos Estados Unidos, ao nordeste brasileiro, à costa de Espanha, Marrocos e Portugal. A ciência sabe-o e controla a sua evolução como vai podendo. Prevê-se que, em cerca de 4 horas, esse tsunami atinja a costa portuguesa. Coisa de somenos... Comparadas com estas ondas, as ondas de 37 e 40 metros de altura do "Canhão da Nazaré" que atraem pelo seu gigantismo surfistas de todos os pontos do mundo, são umas meninas pequenas e caprichosas.
A atividade sismológica e as tempestades no mundo aumentaram de forma assustadora, quer em quantidade, quer em intensidade, com prejuízos materiais e humanos (mortes) recordes.
Posto isto, sabendo que a probabilidade de ocorrência em Portugal, a qualquer momento, dum sismo de grandes dimensões, bem como o da ocorrência dum tsunami, ou de ambos em simultâneo -sem repisar nos incêndios- e sem querer ser alarmista, sabedores disto e de muito mais, eu pergunto: Quais as medidas de protecção e de reacção tomaram as nossas autoridades? Que planos para evacuação em massa das populações existem? E se a tragédia ocorrer durante a noite? Que rádios locais se devem sintonizar? Para onde se devem deslocar os do Norte? E os do Sul? Que estradas devem utilizar preferencialmente e quais devem evitar? Que treinos, que instrucções e que simulacros foram proporcionados às populações? Que quantidades de água, de alimentos, nomeadamente bolachas, pilhas e lanternas, e sei lá o que mais de absolutamente prioritário e essencial devemos ter nas mochilas individuais de emergência? Como proceder para evacuar os hospitais, os lares de terceira idade, as escolas e as creches? Para onde? Com que meios? Como devem agir os seus profissionais? Que bens, que equipamentos e que medicamentos se devem preferencialmente tentar salvar? São tantas, tantas, mas tantas as perguntas óbvias e elementares sem resposta que fico abismado, fico petrificado de medo. Por acaso, dentro do agregado familiar já falaram sobre isto? Já acordaram minimamente como proceder? Como, onde e quando se encontrarem se não existirem comunicações? O que é que devem tentar salvar? Como agir para salvarem os vossos animais?
Digitalizem os documentos importantes, as passwords e as fotografias, mandem tudo para a nuvem ou guardem-nas em Pens. Tenham os portáteis e telemóveis à mão. Tenham os carros sempre atestados com, pelo menos, meio tanque...
Como já disse antes, o investigador Mário Lopes, e também professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa, garante que o risco de ocorrência dum grande sismo em Lisboa é de 100% e que, em consequência, poderão morrer entre 17 mil a 27 mil pessoas.
E aqui, com o nosso concelho tão exposto ao mar, como será? Para onde devemos fugir? Sim! Fugir. Fugir...fugir duma morte certa e rápida!
Por favor, pensem!
Por favor instruam-nos a tempo!
Por favor não facilitem com o fogo nem com a água e, muito menos facilitem com ambos ao mesmo tempo!
"Quem avisa...bom amigo é!" - diziam os precavidos antigos!
Repetirei! Repetirei!! Repetirei!!!, até que a voz me doa e, mesmo que me mandem calar!!!!
Infelizmente, já sou apenas diretamente responsável pela vida e segurança duma caturra, o Príncipe, -porque o Zé Pereira, infelizmente, morreu!-, e pela minha cadelinha -a Bianca- que tanto confia em mim. Portanto, preciso de saber o que fazer.
Zás, pás!

* Este texto, foi escrito segundo os termos da ortografia anterior ao recente (des)Acordo Ortográfico.

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