Figueira, a Avenida do tempo

Figueira é história. É um mar que acontece nos dedos doridos na casa onde vive o sonho. É um rio de pequenos barcos onde se amanhecem as calmas vindas do céu, com as almas viventes de oração, de aves de notícias nadando nos pincéis de tudo que só é seu.
Em telas encaixadas por meia dúzia de artistas, perduradas orgulhosamente por meia dúzia de vinténs. Nela eu sou tão meu. Para sempre nela eu me ponho.

Almas de sonho. Nelas eu me sonho. Almas de céu. Nelas eu adivinho o porquê de me sonhar no meu sonho. Embora me sinta meu, sendo fiel a quem de lá me desceu. Para sempre, sempre nela eu me deixo, e lá me ponho, e lá encontro o que em mim nem sempre sei porque teimo e beijo.

O céu de fundo de avenida, que desce, jurando ser a nossa prece, que fica eloquente por quem o achou e nele se mergulhou, ficar, fica sempre, no resto que esqueceu que não sonhou.

Sabem? A sua luz eu vos dou. Quem o escolhe ao longe, para ser presenteado, por cada seu pressentimento, do seu recanto, do seu rebanho de estrelas depostas ao vento, onde eu me canto, onde eu me encanto, no seu espírito talentoso de cada recado, de cada remendo, de cada imaginário de praias sem possível vento.

Retrata-nos na alma aquela viagem energizada pelas luzes do vento. Em cada canto. Com cada canto. Eu canto o vento. Eu canto. Avenida de perdas de dois mil e dezasseis metros. Avenida de tapete de diamantes calcetados nas cicatrizes deixadas pelo tempo, banhada por artistas, banhada nas viagens que fazemos pé ante pé cá dentro.

Sim, nela somos todos artistas. Eu, eu pelo menos tento. Avenida de portadas, avenida de janelas encaixadas em telas ornamentadas pela certeza que empurram este ou aquela lá dentro… decomposta em átomos, em pontos conduzidos por uma luz que no escuro, e, só no escuro, conduz a mente pelo tempo. É para sempre uma música respirada pelo curioso vento. De quem a escolhe para recolher o que sente, pois é na ausência que o mar vê a sua gente tentando viver, balançando no que de facto há e não há, andando para trás, andando para a frente na Avenida do tempo. Brilha, brilhando a noite, e nunca ninguém ausenta um só. Eu pelo menos tento.

Figueira conta memória.
Pelos seus declives onde se poisa o sol nascente. Figueira é história. Seja qual for a nossa trajectória, ela faz sempre dela a sua filha história. Sempre, sempre! Uma só..., sempre alma de memória!
Acreditem, sempre lá estarei eu, vendo a Avenida do tempo, a construir o passeio onde descansará para sempre a vossa memória, pelas marés desculpantes do nosso, tão nosso, contratempo ou tempo, história!.
Figueira volta sempre à história de quem a deixou um dia na memória. Sempre! Seja qual for o impedimento. Acha quem a achou. Como nós, como de repente. Vitória! E, estende sempre a sua questão, na fragilidade de tinta da nossa caneta cara e ilusória, aparecendo sobre a forma de uma criança brincando com cada nosso tostão, passeando no amigo, o cão de passadeira, o cão do nosso desconhecimento da sua verdadeira razão na nossa tal história.
É lá que se vê ao largo, onde passam os dias que dividem o seu tempo de praia de abrigo de cada um, um deserto de amarro. Um e um.

Figueira por vezes é contratempo, nela eu me tento. Figueira por si é passatempo, sempre nela me sento. Tocam músicas pela Avenida do tempo. É lá a sua vitória, de imiscuir cada anseio onde se passa a nossa trajectória. E, onde se ouve o curioso vento… perdidos na trança onde poisam os seus seios de mãe...

Onde eu agora me sento.

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