Ganância e vaidade IV!

Comprometer o futuro!

O Francisco José era meu amigo. As voltas que a vida dá trocou-nos as voltas e perdemo-nos de vista.
Diziam as senhoras professoras de então, que ele sofria de bichos carpinteiros - era irrequieto.
Este, era um mal muito comum naquela época, do qual padeciam muitas crianças. Hoje, chamam-lhe Síndrome de Hiperatividade e Défice de Atenção (ADHD na sigla em Inglês).
Naquela altura, para o tratamento deste "mal" recomendava-se: por um lado, muita brincadeira acompanhada de muito desgaste físico, através da bicicleta, da bola, das correrias, tudo muito arejado, intercalado por períodos de muita concentração, tal como o das aulas e o do estudo que consistia na elaboração dos T.P.Cs (Trabalhos para casa); por outro lado, e apenas nos momentos de grande crise, recorriam aos "remédios" que consistiam na aplicação direta, rápida, repetida e vigorosa, diretamente sobre a pele, por forma a deixar marcas vermelhas e dolorosas - chamavam-lhes "Chineladas". Nos casos mais agudos as "Chineladas" eram substituídas por umas aplicações mais fortes, mais intensas e de efeito mais prolongado, ministradas com tiras de couro no "coiro" - chamavam-lhes "Cinturadas". Estes remédios não tinham contraindicações, nem efeitos secundários e não deixavam sequelas. Aquelas sortiam efeito entre os cinco e os oito dias e estas, quando bem aplicadas, com a conta e medida certa, tinham um efeito "Retard" e geralmente surtiam efeito entre 15 a 60 dias.
Consta dos anais deste tratamento que, houve casos de sucesso, em que uma só dose, surtiu tal efeito que desapareceram por completo os sintomas desta doença. Porém, o caso do Francisco José, foi um caso típico de "pluri" aplicações que surtiram num estrondoso sucesso, pois ele fez-se um homem e tornou-se num "bonus pater familiae".
Hoje, a mesmíssima sintomatologia, agravada, por vezes, por uma enorme falta de educação, trata-se única e exclusivamente com o recurso a "remédios" químicos. Estes têm a vantagem aparente de não serem tão violentos sobre o "coiro", contudo, têm efeitos secundários gravíssimos sobre o cérebro, sobre o coração, sobre a dentição, sobre as veias e deixam sequelas irreparáveis.
Acontece que, a maioria dos pais, desavisados, cansados de um dia de trabalho frustrante, exaustivo e nada gratificante, chegam a casa e deparam com uma criança que passou o dia encerrada em exíguos espaços e sentem-se incomodados porque ela dá trabalho, questiona muito, viaja nas suas fantasias hiper estimuladas pelas novas tecnologias e está desligada da realidade. Agarram no menino(a) e levam-no(a) a um médico, por sinal muito competente, daqueles que debitam uma verborreia que lhes foi incutida na universidade e nos seminários e que , ainda por cima é recompensada com idas a congressos, simpósios, convénios e muitos mais seminários da especialidade onde se recomenda a prescrição desabrida da: Ritalina; Alderall; Strettera; Focalina XR; Metadate CD; Concerta (Atomoxitine); Risperdal e outros fármacos que são fontes de lucros incalculáveis para a grande indústria Farmacêutica.
Por exemplo, a "bendita" Ritalina (metilfenidato) que é da família das anfetaminas, aumenta a concentração de dopamina nas sinapses e sossega, mas sossega mesmo a criancinha. A criancinha pára de viajar, pára de questionar e adquire um comportamento "Zombie Like" como a própria medicina define.
Eferreá! De três a dez vezes Eferreá! A criancinha torna-se um dócil robozinho, é o espelho da felicidade dos papás, a alegria dos médicos que acabam por ganhar mais uma ida ao próximo congresso e mais alguns extras e, exultam as farmacêuticas cujos lucros disparam, porém... para o futuro, perde-se um cidadão pleno, um ser ativo e criativo que, infelizmente, se transformará num ser dependente daquela parafernália de medicamentos indutores de felicidade artificial e transformar-se-à num " cordeiro" e num muito obediente cidadão se a " coisa" não correr mal.
Tem-se vindo a descobriu-se que a maioria dos jovens que endoideceram e se manifestaram em espirais de violência e que acabaram por matar nas escolas e nas universidades, geralmente, estavam medicados com estes medicamentos que se destinavam a provocar a alteração dos comportamentos.
Estima-se que uma em cada dez crianças americanas com cerca de cinco anos de idade consome Ritalina e que, muito provavelmente, poderá ser uma em cada oito.
Na Inglaterra, no ano de 1993 foram prescritas 3 500 receitas de Ritalina; no ano de 1996 foram prescritas 26 500 receitas de Ritalina; no ano de 2006 foram prescritas 250 000 receitas de Ritalina; no ano de 2007 foram prescritas 461 000 receitas de Ritalina; Por aqui se pode ver os interesses e os lucros envolvidos. Estou a falar apenas de um medicamento que tem o mesmo mecanismo de qualquer estimulante, inclusive da cocaína, tendo igualmente a mesma propensão à habituação e dependência.
"Moca"! "moca"!, dá o Risperdal. Ouvi esta afirmação muitas vezes, dita por um parente que após seis a oito tomas "desligou" completamente, a ponto de, urinar-se pelas pernas abaixo sem se aperceber. Disse-me que passava os dia a "lambê-lo" Pudera! Soube mais tarde, que o Risperdal foi usado na União Soviética em prisioneiros políticos para lhes retirar informação (diz-se que, as pessoas que tomavam o Risperdal, diziam qualquer coisa a qualquer pessoa). Pergunto-me: que razões podem levar a dar-se a uma criança uma droga que fazia falar os prisioneiros, treinados para não falar?
Entendo..., tenho para mim que..., penso..., estou convencido que...., isto se insere numa estratégia global muito concreta e muito precisa que tem vindo a ser posta paulatinamente em prática. Senão, pensemos: porque razão se medicam as crianças que mais questionam, que mais "viajam", que não se submetem facilmente às regras... que são as mais imaginativas, que são as mais inconformadas? Não é desse alfobre que costumam sair os génios, os inventivos, os criativos, os impulsionadores da humanidade? Lembram-se do livro escrito por Aldous Huxley, intitulado " O Admirável Mundo Novo"? No qual uma sociedade drogada, vivia alienada, manipulada num mundo de servidão, vivia numa espécie de campo de concentração indolor, vivia numa felicidade artificialmente induzida, tudo isso conseguido pela lavagem cerebral obtida através de meios farmacológicos. O que é que nos têm vindo a fazer, desde há muito tempo a esta parte? Quanta da nossa população está dependente de ansiolíticos e outros fármacos do género? O que é que estão a fazer às nossas crianças?
Se quiseres destruir uma sociedade, se quiseres destruir um povo, captura, destrói as suas crianças, seja de que forma for!
Papás, tenham cuidado, tenham muito cuidado, tenham mesmo muito cuidado com aquilo que "eles" querem que vocês metam pelas goelas dos vossos filhos abaixo!

Repito a frase que escrevi num outro texto: o raio do pensamento é um "veneno" que desestabiliza, que perturba as remansadas certezas que tão bons sonhos proporcionam...
Texto g-r-i-t-o!

Walter Ramalhete
Figueira da Foz, 26 de setembro de 2017.

 

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