É só para o ano mas sente-se já a azáfama que reina entre os potenciais concorrentes, quer seja na afinação das equipas, escolha dos melhores percursos ou acertos de estratégia.
O campeão em título tem vindo a efectuar testes e sabe que apesar dos fracos tempos realizados, tendo em conta a acostumada concorrência, reúne, ainda assim, condições para voltar a ganhar. O drama é surgir um novo piloto e mais rápido! Terminar agora a carreira invicto ou arriscar uma nova participação e poder sair derrotado por um desconhecido? Eis a questão! No seu subconsciente paira a imagem do infortúnio do seu antecessor e adversário que ao correr para o tri despistou-se... Enquanto não renova o contrato, “delfins e delfinas” acotovelam-se, entre si, sedentos por se sentarem na sua bacquet.
Do outro lado temos um condutor que apesar de jovem é já um veterano nestas andanças, com uma vida inteiramente dedicada às corridas desde os tempos dos karts, anunciou há pouco tempo a sua retirada, embora, continue a ser visto de capacete e fato de competição. Está-lhe no sangue…
O concessionário local da marca por quem correu na última edição, habituado a vencer noutros tempos, não está pelos ajustes e pretende substituí-lo por alguém capaz de conduzir uma máquina laranja, menos fumegante, até ao lugar mais alto do pódio.
Há também o caso dum outro inveterado “acelera” que duma estrutura de fábrica passou para uma equipa privada e apesar de ter causado estragos, nunca alcançou a vitória. Tem contra si o facto do bólide encontrar-se parado há uns tempos, com o motor desmontado e peças espalhadas por vários cantos. Dificilmente conseguirá reuni-las a tempo para pô-lo de novo a funcionar e, ainda que o faça, sabe que tem 99,99% de probabilidades de não voltar a vencer.
Resta ainda um conjunto de pilotos menos cotados, mas nem por isso menos talentosos, que vêm ocupando as boxes do lado esquerdo do circuito e caso se inscrevam numa geringonça, quando bem afinada, poderão baralhar a classificação final.
Entrementes, enquanto a corrida não começa, são muitos os espontâneos que entram em pista, quais espalha-brasas, vão dando umas aceleradelas de escape livre para tentarem ser vistos, ouvidos(e lidos), na tentativa de conquistar, também eles, um lugar ao sol.
Mas o problema maior da organização reside nos espectadores, os quais, rali após rali têm-se desinteressado da prova e na última edição já nem sequer preencheram metade das bancadas. Protestam contra a manifesta imperícia e sensaboria patenteada pelos actuais protagonistas, considerando que a modalidade perdeu os encantos de outrora.
Será desta que desponta uma nova vaga de pilotos capaz de conquistar o público, levando-o a esgotar novamente a lotação do circuito?
(a ficção em homenagem ao dia mundial da criança)
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