TAMBÉM QUERO SER COMENDADOR

As últimas semanas foram profícuas em resultados desportivos e Portugal foi campeão europeu em várias modalidades, desde Tamila Holub na natação, Sara Moreira na meia-maratona, Patrícia Mamona no triplo-salto, a selecção portuguesa no futebol ou ainda em hóquei em patins.

No entanto, fazendo “justiça” à fama de nação futeboleira, o nosso Presidente da República caiu na “injustiça” de atribuir condecorações de graus diferentes a quem alcançou para Portugal o mesmo grau de sucesso desportivo, pelo que apenas os futebolistas virão a ser “Comendadores”! Essa má decisão do nosso PR, num mandato que estava a ir tão bem, produziu o mesmo sabor amargo que aquelas vezes em que o Ronaldo falhou um penalti!

Compreende-se que o futebol promova maiores emoções, mobilize mais pessoas e até despolete um maior entusiasmo, mesmo junto daqueles que possuem cargos públicos, pois antes de serem Presidentes e Ministros, são pessoas. No entanto, o poder decisor, as instituições, os símbolos de Estado, não podem em caso algum, deixar-se levar pelas emoções e entusiasmo pessoais de quem os representa. Nem a ética, nem a própria CRP permitem que se diferenciem os portugueses entre cidadãos de primeira e cidadãos de segunda, desportistas incluídos. Daí, que todos os campeões europeus possuem igual direito a iguais condecorações.

E na Figueira da Foz? Será que na nossa cidade essa lógica se tem pautado por princípios diferentes? Tivemos uma equipa de futebol meia-dúzia de épocas na Primeira Liga, com prestações muito honrosas mas sem nunca ter sido campeã, mas existem atletas figueirenses noutras modalidades que já atingiram níveis tão elevados que mereciam destaque excepcional, e não falo apenas da Ticha Penicheiro, que honrou o nosso país com uma projecção nos EUA pelo menos igual à que o CR7 alcançou em Madrid!

A pergunta que então se coloca é: será que o poder político na Figueira da Foz tem dado o devido e justo valor aos seus desportistas, ou a mau exemplo daquilo que se pratica a nível nacional, tem menosprezado alguns feitos desportivos, beneficiando o futebol acima de tudo o resto? Estaremos a ser justos no nosso Concelho, para com os praticantes de atletismo, de remo, de basquetebol, tiro, kick-boxing, (entre outros) que não conhecem nem um décimo das condições que dão ao “desporto-rei”?!

O futebol tem mérito pelo que representa socialmente, mas tudo o que não é futebol tem igual mérito pelo que representa em termos desportivos e de sacrifício humano. Portanto, a obrigação do poder político é garantir que os tratamentos e reconhecimentos oficiais sejam no mínimo iguais! Pelo menos esses... os oficiais, já que os restantes são circunstanciais.

COMENTÁRIOS

ou registe-se gratuitamente para comentar.
Critérios de publicação
Caracteres restantes: 500

mais

QUEM SOMOS

O «Figueira Na Hora» é um órgão de comunicação social devidamente registado na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social). Encontra-se em pleno funcionamento desde abril de 2013, tendo como ponto fulcral da sua actividade as plataformas digitais e redes sociais na Internet.

CONTACTOS

967 249 166 (redacção)

geral@figueiranahora.com

design by ID PORTUGAL