Trabalhemos para as gerações futuras

A propósito do artigo do meu amigo Miguel Almeida, no jornal “As Beiras”, de 23/7/2016, e agora a 100% no meu concelho, depois de alguns anos deslocado em projectos nos PALOP, cumpre-me apenas um complemento atento, se me é permitido.

Portugal sofreu no pós 25 de Abril um natural despesismo de criação de infraestruturas que foi complementado já durante os anos 80 com os "rios de dinheiro" com que a Europa nos brindou (e hoje estamos a pagar por isso forte e feio). Era urgente a construção de escolas, redes viárias, infraestruturas de saneamento e tudo o que hoje temos como adquirido e normal no nosso dia-a-dia. Portugal era pobre e estava atrasado em relação aos restantes países. Estar na cauda do velho continente não era fácil. Estar na cauda da Europa e ter tido uma ditadura durante tantos anos tirou-nos da rota do desenvolvimento.

Mas... estamos no século XXI.
Se até aos finais do século as eleições ainda se ganhavam com promessas de obra feita, alcatrão ou grandes sonhos, hoje em dia o paradigma mudou.

Esta nova geração necessita de entender o "value for money", ou seja, qual o trade-off entre os impostos que se pagam e o retorno para o cidadão. E isto vai muito mais além do que ter a rua limpa, o mato roçado em casa da sogra ou uma praia com passadeiras iluminadas.

É certo que os autarcas de hoje não tem o mesmo poder de intervenção do que os nossos antecessores. A era do esbanjamento de dinheiro terminou. Há que gerir a míngua, é um facto, mas há vida para além das restrições impostas ao financiamento das autarquias.

Quero que a minha cidade, o meu concelho tenha argumentos mais fortes que os limítrofes e que, com isso, consiga concorrer a nível de posicionamento quando for para captar novos turistas, novos profissionais e novos moradores. Mar, serra, sol e praia, per si, não significam nada! Choquem-se os incautos. É verdade. A natureza brindou-nos com isso. Só temos que ter a inteligência de os conectar com outras estratégias.

Continuamos a não ter uma estratégia clara, objectiva e realista para combate ao desemprego. Qual a estratégia, que medidas existem? Que métricas estão definidas para acompanhar a estratégia e MEDIR o desempenho de quem as efectivou?

Não temos nada que nos identifique além da "rainha das praias" e isso mete dó! Caminhamos a passos largos para tudo o que não é uma "Smart City". As novas gerações vão-nos cobrar isso! É para elas que os próximos 8 anos devem ser direccionados. Cuidar dos que temos, não deixar "nenhum Homem para trás" e olhar para o futuro. Sem medos!

Só para terminar o desabafo: Estratégia que não é medida, é estratégia sem rumo!
Bom fim de semana e boa praia.

(António Durão - Empresário, empreendedor e sonhador)

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