Alunos agrilhoados pela arte no Dia Internacional dos Museus

O desafio era levar os jovens a «sentir na pele» o que, até 18 de maio de 2017, era apenas um conceito teórico: a escravatura.
Levemente agrilhoados, instruídos a ficar em silêncio, os alunos da Escola Secundária Dra Cristina Torres (11.º ano de Humanidades) e da EB 2/3 Pintor Mário Augusto, de Alhadas (9.º ano), ambas do Agrupamento de Escolas Figueira Norte, foram os primeiros a experimentar a dificuldade de estar privados de liberdade de movimentos.
Arrastando os pés, compassadamente, visitaram o Museu Municipal Santos Rocha, sem poder comentar, sem poder escolher onde parar ou o que ver. Depois, na Sala de Arqueologia, recuperaram a voz e o domínio do corpo e não demoraram a expressar o desconforto da experiência, mesmo sendo esta naturalmente curta e pedagogicamente contextualizada.
“Devia ser muito duro ser escravo, estar sempre sob ordens de outros, trabalhar sem parar e não receber”, resumiram alguns dos alunos, na conversa conduzida pela jornalista do Público, Inês Gorjão Henriques, com vasta experiência em investigação da Escravatura em Portugal e nas antigas colónias portuguesas.
“E hoje, acham que ainda há escravatura? E como é? E como foi a escravatura em Portugal e levada a cabo por portugueses?”, lançou a jornalista, acompanhada nesta «aula» pelo vereador da Cultura e vice-presidente da autarquia, António Tavares.
Os jovens não se fizeram rogados e a conversa fluiu, sem grilhetas, entre os conhecimentos das aulas de História, os instrumentos de tortura vistos no Museu e os casos veiculados pela Comunicação Social que dão conta, em pleno Século XXI, de novos tipos de escravatura e exploração dos trabalhadores mais frágeis, económica ou socialmente.
À tarde, a experiência repetiu-se com alunos da Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho e, ao final do dia, o convite foi para assistir ao ensaio geral do espetáculo de Bailado Contemporâneo «Grilhetas» que ontem teve lugar, com entrada livre e em estreia nacional, no Museu Municipal Santos Rocha.

 

COMENTÁRIOS

ou registe-se gratuitamente para comentar.
Critérios de publicação
Caracteres restantes: 500

mais

QUEM SOMOS

O «Figueira Na Hora» é um órgão de comunicação social devidamente registado na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social). Encontra-se em pleno funcionamento desde abril de 2013, tendo como ponto fulcral da sua actividade as plataformas digitais e redes sociais na Internet.

CONTACTOS

967 249 166 (redacção)

geral@figueiranahora.com

design by ID PORTUGAL