O Rali

O impacto dos eventos desportivos deve ser avaliado de acordo com duas perspetivas fundamentais: 1) a perspetiva da população residente (impacto em fatores como a qualidade de vida, a autoestima e identificação social, trânsito, ambiente e sustentabilidade) e, 2) a perspetiva do território que acolhe o evento (impacto na economia local, retorno financeiro, imagem externa e turismo).
Dia 9 de maio, a Figueira acolhe a superespecial do Rali de Portugal de 2024. O que alguns estudos científicos referem é que a satisfação da população residente com um evento desportivo, é positivamente influenciada pela capacidade de mobilização, e pela perceção que as pessoas têm do impacto na promoção da imagem da cidade como destino turístico e consequente expetativa de desenvolvimento económico.
Com um investimento municipal de 300.000 euros, a que se adiciona todo o apoio logístico que dificilmente se consegue medir (material, horas de trabalho de funcionários públicos, forças de segurança, etc.), o mínimo que se pode exigir é que o contrato programa de desenvolvimento desportivo que foi assinado entre o município da Figueira da Foz e o ACP, tenha garantido ações de mobilização da população para o evento e uma análise adequada do retorno económico para o concelho.
Com bilhetes a 30 euros, é difícil mobilizar uma larga faixa da população. Existem outras formas de o fazer, e que podem ser fixadas por contrato entre quem financia e quem executa. O retorno económico direto e indireto também pode ser medido. Se esse escrutínio não for realizado, assistimos mais uma vez a decisões baseadas no "achismo", sem qualquer suporte e fundamentação. Não afirmo que não tenham resultados; sou de opinião que os resultados devem ser sempre avaliados e tornados públicos.

Gastão Sousa
Professor de Educação Física
Especialista em Gestão do Desporto

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