Tem sido cada vez mais recorrente, em Portugal, o debate sobre a necessidade da atualização dos conteúdos programáticos lecionados no ensino. Num mundo volátil e em constante transformação, é hoje especialmente importante fomentar a literacia em competências digitais e de programação.
Num estudo publicado pelo Fórum Económico Mundial que envolve 26 economias (que representam mais de 70% do PIB) e 15 indústrias, é estimado que mais de 97 milhões de novos empregos possam surgir nos próximos anos. Entre estes, há um setor que se destaca pela sua boa remuneração e pelos elevados índices de empregabilidade: o setor das Tecnologias de Informação (TI). Nesta área de atuação, podemos encontrar domínios como a Inteligência Artificial, Ciência de Dados, Business Intelligence e Machine Learning, por exemplo, sendo expectável que estas áreas dominem a próxima década.
Uma carreira nas Tecnologias de Informação requer esforço e compromisso na sua aprendizagem mas, uma vez entrando no meio, será com toda a certeza gratificante, não só pela componente salarial, mas também ao nível do próprio equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
Tal explica-se facilmente pela crescente oferta de empregos nesta área, que contemplam a possibilidade de trabalhar remotamente a tempo inteiro ou em regime híbrido. Outro dos aliciantes reside no facto de ser possível seguir uma vertente técnica - como analista de dados, cientista de dados ou consultor de Business Intelligence, por exemplo – ou por uma vertente mais vocacionada para a gestão, enquanto líder de equipas ou como gestor de produtos tecnológicos.
Este tipo de profissão não está restrito ao setor das empresas tecnológicas, o que se traduz noutra excelente notícia: da banca ao retalho, à energia, seguradoras, passando pelas telecomunicações, até à aviação, o leque de indústrias que procuram estes profissionais é cada vez maior. Tem havido, ainda, uma crescente colaboração entre os centros de investigação e as empresas que estão sediadas nestas áreas.
Mas o que faz ao certo um consultor que atue neste setor das Tecnologias de Informação e, mais concretamente, na área dos dados?
Essencialmente é responsável pela recolha e análise de dados, transformando-os em conhecimento para os seus clientes e permitindo que estes possam, dessa forma, adotar as melhores tomadas de decisão para as suas respetivas organizações e negócios.
Assim, a profissão de analista de dados consiste no trabalho em modelos preditivos para resolver problemas, utilizando ferramentas de Machine Learning. Estes profissionais são fundamentais para que as empresas compreendam os dados que têm ao seu dispor, utilizando-os para tomar decisões de investimento, de avaliação de risco, de compreender o público-alvo, ou de escolher onde alocar capital. A parametrização de algoritmos – que ajuda as empresas na tomada de decisões de gestão – é outra das funções de um analista de dados.
Mas como chegar lá?
Diria que as áreas de Engenharia Informática, Física, Matemática, Estatística e similares, formam os consultores ideais para integrarem projetos nesta área, até pela aprendizagem de ferramentas tecnológicas cujo know-how é cada vez mais importante e requisitado pelo mercado, como Python, SQL e Power BI.
Mas não só. Hoje são cada vez mais os profissionais com formação noutras áreas – muitas vezes até do campo das ciências sociais – que optam por uma mudança de carreira. Para o efeito, são muitas as academias que contemplam formação no mundo dos dados e da tecnologia, bem como cursos online como o Coursera ou o Udemy. Recorrer a algum contacto pessoal que trabalhe no ramo será o indicado para obter dicas e sugestões sobre as melhores formas de ingressar no setor.
Num país pautado por um grave problema ao nível do emprego jovem – de acordo com a Fundação Francisco Manuel dos Santos, 30% dos jovens aufere entre 601€ a 767€, sendo que apenas 3% recebe mais de 1642€ –, é gratificante constatar que as empresas que atuam neste setor têm a capacidade de dar a mão a recém-formados com pouca ou nenhuma experiência profissional, que muitas vezes têm, como sabemos, maior dificuldade em encontrar uma empresa que lhes proporcione as condições que merecem e pelas quais tanto se esforçaram.
O facto de existir tanta procura por profissionais desta área faz com que sejam dos mais bem remunerados, até mesmo na realidade portuguesa.
Por todas as razões elencadas, o setor das Tecnologias de Informação é ideal para perspetivar uma carreira de sucesso, tanto como de ponto de partida pela aprendizagem que lhe está intrínseca, como para o desenvolvimento profissional em constante progressão.
Manuel Matos dos Santos,
Closer Consulting
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