Os animais de estimação e o bem estar

Um destes dias pela manhã, falava-me uma mãe do quanto o filho tinha implorado para que pudesse ter um cão, como animal de estimação. Esta mãe explicou que durante mais de um ano nada reduziu os intentos do seu filho, nem a sua angústia sobre o tema. Ao final de mais de um ano, acederam ao suplício e adquiriram o animal. Os hábitos de vida mudaram, a família re-estruturou-se, mas afirma, com espanto, que a casa, sobretudo o filho, é mais feliz e ficou mais responsável.
A relação entre o ser humano e os animais, segundo algumas perspetivas históricas tem mais de 15000 anos, tendo começado por uma relação de trabalho, já que os animais providenciavam proteção e serviços. Hoje em dia, as relações que estabelecemos com os animais de estimação podem ajudar-nos a viver com saúde psicológica e bem estar. Os animais de estimação, sejam eles cães, gatos ou peixes, periquitos ou tartarugas, podem ser uma fonte importante de companhia, conforto, apoio emocional e motivação para os donos.
Os animais de companhia aceitam-nos como nós somos, não exigem explicações e estão sempre disponíveis para nós. São uma fonte de apoio emocional e diminuição de stress e ansiedade. O simples ato de fazer festas, brincar ou sentarmo-nos junto dele, pode dar-nos a oportunidade de relaxar, diminuir o cortisol (“hormona do stress”), baixar a tensão arterial e baixar o ritmo cardíaco. Os animais são um fator de proteção, face ao isolamento e à solidão, levam-nos a ser mais ativos fisicamente e fortalecem o nosso sentido de propósito e valor pessoal, pois é necessário tratar dele, ativando o nosso sentido de responsabilidade.
Para as crianças, a ciência psicológica tem demonstrado que os animais melhoram o seu processo empático, as competências de comunicação, a auto-regulação emocional, a auto-confiança e os processos de responsabilidade e autonomia. Os cidadãos seniores, além de beneficiarem da sua companhia, vêm aumentados os seus sentimentos de prazer, humor, auto-estima e otimismo. Sabe-se que os idosos que possuem um animal de estimação vão menos vezes ao médico, têm menor probabilidade de sofrer de depressão e ansiedade.
Não devemos esquecer que ter um animal de estimação não é uma “cura milagrosa” para nenhum problema. Por outro lado, acrescentar um outro membro à sua família deve sempre ser alvo de avaliação. Por exemplo, "Como será nas férias?", "Temos dinheiro suficiente para alimentação e despesas de veterinário?", "Temos o espaço adequado para o animal que escolhemos?", "Estamos preparados para tomar conta do animal durante 15 ou mais anos?", "Estamos prontos para as responsabilidades diárias de o tratar e interagir com ele?”.
Seja responsável e trate do seu amigo, para ele tratar de si.

(PAULO CUNHA - Psicólogo e Coordenador da Mental School)

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