Assembleia Extraordinária vota a favor da recuperação das freguesias de Buarcos e São Julião

Com 10 votos a favor (5 PSD, 4 PS e 1 CDU), duas abstenções (PS) e um contra, (PS) foi ontem à noite aprovada, na Assembleia Extraordinária de Freguesia de Buarcos e São Julião, a proposta que tem por base a petição pública «Por Buarcos e São Julião com Freguesias constituídas por órgãos autárquicos e territórios distintos e autónomos».
A petição, que tem como primeiro subscritor Pedro Rodrigues Jorge, foi constituída por 109 folhas e 1605 subscritores.
No Centro de Artes e Espectáculos, a presidente da Assembleia de Freguesia, Isabel Maranha Cardoso, historiou o processo que originou a extinção das freguesias de Buarcos e de S. Julião e a consequente formação da mega-freguesia.

“JOGATANAS E CONCLUIOS”
Antes da votação, deu-se voz ao público. Pedro Rodrigues Jorge aludiu a “um processo traçado a régua e esquadro sem interesse para as populações” que “degradou as condições de vida das populações e deixou de lado a identidade inerente a cada freguesia”.
João Carronda falou de “uma perfídia total do processo de reforma administrativa” com “jogatanas e conluios”, Na sua opinião, “este é um assunto sério de mais para se jogar nos corredores do poder. Esta proposta faz sentido”, atendendo “ao passado muito triste” que se assistiu.
António Baião recordou “a coerência” da CDU – sempre foi contra a criação desta mega-freguesia – e alertou para que “não se branqueie o processo”.
“Esta é a hora de tudo menos de se instrumentalizar o que aconteceu”, disse Silvina Queiroz certa de que “o percurso não foi bonito”.

“UMA CAMBALHOTA MUITO GRANDE”
Para António Alves, o nascimento da freguesia de Buarcos e São Julião “nasceu de uma cambalhota muito grande e favores uns aos outros”.
Fernando Cardoso recordou “o repúdio” do PS neste processo tão disparatado e pressionado pelas circunstâncias”, saudando o ato de “reparar um erro”.
De igual forma, Carlos Baptista defendeu que “tudo faremos para repor” o cenário anterior, de duas freguesias autónomas e distintas. “Este é o caminho assim o PS (Governo) o queira, há unanimidade aqui, vamos avançar com tudo o que é legal”.
Isabel Cardoso demonstrou a sua “solidariedade” com esta petição, “um documento de elementar justiça”. A agregação das freguesias, na sua opinião, “resulta da falta de democracia e violação do poder local”.

“HOUVE ALGUM DESCUIDO DA CÂMARA”
Carlos Tenreiro defendeu “as políticas de proximidade”, recordando que neste processo “houve uma tentativa de meter na gaveta o processo” que visou parar a reforma administrativa. “Houve algum descuido da Câmara em mandar os documentos para o instruir o processo na Assembleia da República.
Enaltecendo “a comunidade interventiva” que avançou com a petição, Carlos Tenreiro salientou que “nada mais pode ser feito, porquanto não existe lei de base que legitime qualquer tipo de iniciativa e que permita a restauração das primitivas freguesias, pelo que, nesse sentido, revela-se de todo despiciente a votação da presente moção por não ter respaldo legal (…). Mas este é um primeiro passo”.
Em comunicado do PSD, lê-se que “em todo o caso e apesar de se tratar duma proposta que é perfeitamente inócua pelas razões acima expostas, não podiam os elementos da bancada do PSD nesta Assembleia de Freguesia deixar de votar a favor da mesma, não só por uma questão de coerência pela posição anteriormente assumida em sede de Assembleia de Freguesia que se manifestaram contra a extinção das ditas freguesias, mas também porque importa assinalar o esforço notável que todos estes cidadãos, que subscreveram a petição, têm efectuado, numa participação cívica que se entende como arrojada”.
Fernando Casqueira historiou “este tema envolvente” marcado pela “não auscultação das populações” e que não teve o cuidado de respeitar a história, tradições e identidades de ambas as freguesias.
Maria dos Prazeres regressou ao passado para recordar que o processo foi viabilizado, à época, pelo Movimento Figueira 100% e pelo PSD que “sem olhar a meios fizeram esta trafulhice”.
Alberto Queiroz questionou se após as eleições de outubro próximo os eleitos do PS e PSD irão manter estas posições pontem assumidas, “se se vai alterar o futuro ao sabor de um qualquer vento”.
José Esteves recordou a plateia “os momentos terríveis e falta de seriedade” que ele e outros cidadãos viveram na tentativa de suster a reforma administrativa.
Apesar do papel do governo, “este foi um processo feito nos bastidores da Figueira, devemos reparar o mal que se fez”, considerou o atual presidente da mega-freguesia.
A freguesia de Buarcos e São Julião, recorde-se, foi imposta pela reorganização administrativa decorrente da Lei nº 11-A2013, de 28 de janeiro.

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