O Volt Portugal voltou à Figueira da Foz para se reunir com representantes da Associação Ambiental de Lavos, dando de novo destaque à situação de poluição das empresas desta zona do concelho
Nesta reunião estiveram Carlos Leite e Manuel Baeta, representantes do Volt da Região de Coimbra, recebidos pelos representantes da Associação Ambiental de Lavos, Filipe Soares e Zelisio Silva, para perceber com maior pormenor as questões ambientais e de desenvolvimento nesta região.
“Foi recordado que o concelho da Figueira da Foz é tido, em alguns indicadores, como o segundo mais poluído do país. Naturalmente devido às diversas indústrias instaladas na zona sul, como a indústria de pasta de papel, aviários, produção de resinas, cerâmica (muitas vezes baseada em resinas sintéticas), processamento de peixe para óleos, reciclagem de lamas, termoelétricas, pecuárias (nos Carvalhais), entre outras”, refere-se em comunicado.
Segundo a nota do Volt Portugal, “embora essas indústrias tenham cumprido seu papel em determinado momento, não representam sectores com futuro promissor, aqueles que incorporam uma grande componente ambiental e social. Tendem a empregar essencialmente mão de obra imigrante, como trabalhadores temporários, com baixos salários e integração social limitada. E esta situação foi apontada como preocupante, já que com a eventual obsolescência destes processos industriais, o futuro desenvolvimento desta região no concelho de Figueira da Foz é bastante incerto”.
Lê-se ainda no documento que “embora todas essas indústrias afirmam estar em conformidade com a legislação ambiental, cumprindo os requisitos legais e sendo sujeitas a inspeções frequentes, a população ainda se queixa bastante dos odores na área. O impacto e o mal estar para quem ali vive é fácil de testemunhar, e os seus habitantes dizem ser um problema recorrente durante quase todo o dia. Mesmo com investimentos significativos das empresas na redução de impactos ambientais, está ironicamente em falta de legislação específica sobre odores. Assim, as empresas relaxam e a população continua preocupada e reclama, Portanto, nestas condições, tudo depende da boa vontade das empresas para diminuir este impacto na vida diária da população pois, como tem sido dito, «sempre que alguém liga para as empresas, reclamando dos odores, a situação é resolvida em seguida». Se por um lado, existe a legislação em nível nacional e europeia, por outro também existe o "estado local", que representa as pessoas e as comunidades”.
O Volt, “enquanto partido europeísta, preocupado com a ciência e as causas ambientalistas, procurará sempre a aposta numa transição climática sem deixar ninguém para trás, dando voz ao que a União Europeia tem pedido. Procuramos perceber como efetuar essa transição em territórios específicos, com as características desta região, que apresenta uma mistura de áreas agrícolas, urbanas (periurbanas) e zonas industriais com graves impactos ambientais. Como iremos transitar nessas regiões? Há sectores incompatíveis com o futuro sustentável que desejamos? Quais? Com a eventual e provável extinção de alguns setores no futuro, quais aqueles que queremos para os substituir?”.
Para os representantes do Volt Portugal, “a resposta está no desenvolvimento e planeamento regional e económico, adotando outros setores com menor impacto ambiental e maior impacto no desenvolvimento social e económico para facilitar essa transição. A Associação Ambiental de Lavos e o Volt estão preocupados com essa transição e procuraram, neste encontro, compreender e debater quais novos sectores são relevantes para o futuro da região, especialmente aqueles ligados a uma economia verde, afim de substituir ou reinventar os setores que desejam ver, por sua vez, descontinuados ou adaptados”.
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