Da Figueira da Foz, Nuno Lopes já visitou mais de 80 países e a viagem pelo mundo continua…

Nuno Lopes passou grande parte da infância na cidade da Figueira da Foz.
A vida familiar e, mais tarde, profissional levaram-no a ter já na «bagagem» a passagem por mais de 80 países, guardando memórias diversas, umas melhores outras piores. No entanto persiste o desejo – e a certeza - de regressar a alguns países e de conhecer outros pela primeira vez.
Nuno Lopes, devido a esta faceta de um mundo cheio de mundos, é apelidado de «solo traveler» ou de «wanderluster».

Mas vejamos como começou esta viagem pelo mundo.
Tudo começou aos 9 anos de idade. Após se ter mudado para a Figueira da Foz (a qual considera a sua terra natal), a mãe de Nuno Lopes tomou a decisão de o colocar nos Escuteiros, à época a frente à sua casa. “Para fazer amigos, visto que somente olhava, pela janela, as outras crianças a brincar, por não conhecer ninguém”, recorda ao Figueira Na Hora explicando que “como todas as crianças, acampávamos de mochila em tendas (algumas vezes ao relento), andávamos a pé, de bicicleta e de transportes públicos”.
Aos 11 anos de idade, “fomos para Ceuta. Na altura um desafio devido à tenra idade, hoje em dia impraticável”. Ainda adolescente, começou a visitar Espanha nas viagens de finalistas do Liceu. Ia de camioneta e ficava em aparthoteis. Aos 12 anos começou a acompanhar o pai em viagens de trabalho por França e Alemanha e, com 16 anos, foi trabalhar sozinho para França nas férias escolares e daí para Inglaterra de férias com escuteiros. “Outro desafio com essa idade e novamente, hoje em dia, impraticável”, diz a propósito dessa experiência.
Após a universidade percorreu meia dúzia de países asiáticos com a sua família durante três semanas: “uma realidade completamente diferente. Começavam os voos de avião e os hotéis de cinco estrelas”. Nessa época, em trabalho com o seu pai conheceu meia dúzia de países da Europa do Sul e Central inúmeras vezes, fazendo uma viagem de férias de 6 semanas do Norte ao Sul dos EUA pela costa atlântica.

“Apercebi-me que um dia deixarei de poder viajar”

O tento passou e já «trintão», trabalhou como Assistant Camp Boss e posteriormente Camp Boss (provavelmente a melhor tradução será Gestor Hoteleiro no mar) em barcos e plataformas de petróleo em cerca de 10 países pela América do Norte e Central, África, Índico e Ásia e em Angola passou oito anos.
Nova idade, outras experiências: depois de «virar» os 40 anos de idade, mudou-se para Inglaterra e foi ali que as viagens aumentaram drasticamente devido aos elevados ordenados, facilidades de conciliar o trabalho com as férias, baixo custo das viagens, inúmeros destinos, desenvolvimento da marcação das férias online.
E neste particular, abre um parêntesis para salientar que “antes do COVID ia de férias todos os meses. Agora vou de duas em duas semanas, cerca de 25 vezes por ano. Não gostei de estar sem viajar um ou dois anos. Apercebi-me que um dia deixarei de poder viajar”.

“Uma preparação exaustiva”

E nesse espírito, começou primeiro por conhecer países da Europa e países árabes do norte de África por uma questão de proximidade e custo, tomando assim contacto com todos os sítios interessantes desses países, sendo certo que, refere, “alguns países não voltei por não haver nada que ver. Outros já fui cerca de 30 vezes. A alguns vou um fim de semana enquanto que a outros vou duas semanas e corro-os do norte ao sul”.
Um modo de estar na vida que “envolve uma preparação exaustiva: clima, voos, hotéis, valores, locais interessantes, viagens internas, vistos, etc ... Socorro-me da minha experiência, do Google, YouTube, sites da especialidade e aconselhamento de nacionais. Uso normalmente companhias aéreas de baixo custo e faço normalmente voos directos e fico no centro das cidades para poupar tempo”.
Nuno Lopes aproveita para dizer que “estive em países inúmeras vezes mais baratos que Portugal, como por exemplo a Moldávia, Ucrânia ou Egipto e estive em países inúmeras vezes mais caros que Portugal, como a Suíça, Noruega ou Islândia. Paguei 5 cêntimos por autocarros, 5 cêntimos por metros, 20 cêntimos por táxis, 1 euro por refeições completas, 8 euros por resorts de luxo all inclusive mas também paguei 10 euros por sopas e sandes.  Paguei 4 euros por voos, mas também paguei 1.750 por cruzeiros. Fiz um cruzeiro por praticamente todos os países das Caraíbas, algo que aconselho vivamente”.

“Um aeroporto, uma viagem, um hotel, tornou-se algo corriqueiro”

Neste percurso, conta ao nosso jornal, “apercebi-me da vastidão do mundo, culturas, alimentação, climas, paisagem, condições monetárias, religiões, etc. Tornou-se normal, por exemplo, comer comida árabe, falar com asiáticos, conviver com hindus, ouvir música israelita e isto levou-me a 82 países”.
E aqui, sem dúvidas, refere que “apercebi-me de gostar mais dos países asiáticos e árabes pela diferença, como por exemplo a Tailândia, Turquia, Jordânia e Marrocos. Descobri praias magníficas em países frios como a Polónia ou a Lituânia. Descobri países que desconhecia possuírem sítios lindíssimos, como a Turquia ou a Polónia. Descobri povos extremamente amáveis como os tunisinos, mas também descobri, infelizmente, povos extremamente agressivos”.
À pergunta de uma sugestão de viagem, Nuno Lopes responde que “depende do que se gosta. Se praia, poderá optar-se pela Tailândia, Flórida, Baleares e por estranho que pareça, Algarve. Se o gosto recai nas cidades, estão Istambul, Veneza, Roma, Paris, Bangkok, ou Londres”.
E agora? Há o desejo de, realmente, conhecer todos os países?: “Não, pois apercebi-me que muitos não têm locais interessantes”. Certo, é que estas viagens estão intimamente relacionadas com “o prazer, conhecimento, evolução, oportunidade. Evoluo mais numa semana no estrangeiro que num ano em Portugal. A caminho do aeroporto já estou rejuvenescido. Um aeroporto, uma viagem, um hotel, tornou-se algo corriqueiro”.

“Isto que faço é possível. Não sonho. Somente torno realidade o que pretendo”

Quanto a planos para o futuro, Nuno Lopes planeia conhecer na próxima meia dúzia de anos “a maior parte dos sítios interessantes da maior parte dos países asiáticos, africanos e da América do Sul e Central. Quase 30 países, alguns meia dúzia de vezes”.
Questionado se neste leque de países a conhecer, se existe «aquele» especial que gostaria de conhecer. A resposta diz tudo: “isto que faço é possível. Não sonho. Somente torno realidade o que pretendo”.
Nesta «viagem» que Nuno Lopes fez com o Figueira Na Hora e àquelas que irá por certo fazer, resta-nos desejar a conquista de excelentes memórias.
Na sua página do Facebook (clicar aqui) Nuno Lopes partilha algumas imagens de lugares, gentes e eventos que foi guardando.

CURIOSIDADES NA PRIMEIRA PESSOA

Em Kiev a maioria dos ukranianos iam e vinham a pé de casa para o trabalho com 20 graus negativos para pouparem 5 cêntimos do metro, enquanto que conheci realeza do Médio Oriente com 80 super carros custando um protótipo Bugatti 5.5 milhões.

Conheci pessoas que nunca trabalharam na vida, outras que trabalharam 3 dias seguidos e um filipino (de 1,50 m) e 50 kg) que trabalhava num barco há dois anos e meio e continuou após eu sair.

Conheci mulheres idosas que se orgulhavam de nunca terem sido sequer beijadas e homens com 9 namoradas, outros com 39 filhos, outros com 5 companheiras.

Conheci pessoas com 6 filhos a dormirem no chão da sala e outras da nobreza do Médio Oriente com casas em quase 150 países, algumas das quais nunca visitaram.

Apanhei 50 graus positivos no deserto, mas também quase 60 graus negativos no círculo polar Ártico.

Comi somente arroz por não haver mais, mas também comi caviar.

Fiz festas a tigres e macacos, nadei com golfinhos, enrolei-me em cobras, andei de camelo e de elefante.

Comi tubarão, gazela, rã, veado, javali, moreia, canguru.

Tomei banho com neve por não haver água.

Estive em países profundamente religiosos com pessoas a rezarem 5 vezes por dia, mas estive em cidades onde a maioria das mulheres era prostitutas.

Estive em campos minados. Estive na selva. Estive em bairros de lata com 1 milhão de pessoas.

Conheci países onde a polícia não anda armada e estive em McDonald′s com segurança privada.

Texto: Jorge Lemos
Fotos: Nuno Lopes

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