Numa das cenas mais impactantes do novo filme de Paolo Sorrentino, Parthenope, um dos personagens afirma: “Assim é o amor, ingovernável”.
O amor é uma força que desafia todas as tentativas de controlo. Não se deixa aprisionar por regras, não se submete a planos, nem se molda por expectativas. É selvagem, imprevisível e, acima de tudo, ingovernável. Tal como o vento, que sopra onde quer, o amor segue o seu próprio curso, tocando as nossas vidas de uma forma que nem sempre conseguimos compreender. E é precisamente nesta ausência de controlo que reside a sua beleza e a sua magia.
Desde os tempos mais remotos, o amor tem sido tema de poetas, filósofos e artistas. Todos tentaram decifrar os seus mistérios, mas nenhum conseguiu compreender a sua verdadeira essência. O amor não se deixa definir. É, ao mesmo tempo, doce e intenso, calmo e tempestuoso, simples e complexo. É uma contradição em si mesmo, e é nessa dualidade que encontramos o seu encanto.
O amor não escolhe horas nem lugares. Aparece quando menos esperamos, muitas vezes de forma inesperada. Não pede licença, não avisa. Simplesmente acontece. E, quando acontece, transforma tudo à sua volta.
Mas o amor também é desafiante. Exige coragem, porque amar é abrir o coração sem garantias. É entregar-se por completo, sabendo que podemos ser magoados. É confiar, mesmo quando o medo nos avisa para recuar. E é precisamente nesta vulnerabilidade que o amor se torna mais poderoso. Quando nos permitimos amar e ser amados, descobrimos uma força interior que nem sabíamos existir.
O amor não conhece fronteiras. Não distingue géneros, idades ou estatutos sociais. Une pessoas de mundos diferentes, criando laços que transcendem todas as barreiras. É uma linguagem universal, compreendida por todos, mesmo quando as palavras falham. E é essa universalidade que nos lembra da nossa humanidade comum. No fundo, todos buscamos o mesmo: amar e ser amados.
No entanto, amar nem sempre é fácil. Há momentos em que nos questionamos se vale a pena abdicar de tanto por amor. Mas é precisamente nesses desafios que o amor nos ensina as lições mais valiosas. Mostra-nos a importância da paciência, da compreensão e, acima de tudo, da esperança.
Amar é também aprender a deixar ir. Por mais que queiramos segurar o amor com ambas as mãos, ele não se deixa prender. Há alturas em que o amor nos pede para soltar, para confiar no seu curso, mesmo quando isso significa dizer adeus. E é nesses momentos de desapego que descobrimos que o amor não desaparece. Ele transforma-se, adapta-se, mas nunca se perde.
Assim é o amor: ingovernável, imprevisível, mas sempre presente. É o fio invisível que nos liga uns aos outros, que nos dá coragem para continuar, mesmo quando o caminho parece incerto. É a luz que nos guia nas horas mais escuras e a força que nos levanta quando caímos.
Por isso, deixemo-nos levar por esta força magnífica. Abracemos o amor em todas as suas formas, sem medo de o sentir plenamente. Porque, no fim de contas, é o amor que dá sentido à nossa existência. Ele é a essência da vida, a razão pela qual continuamos a acreditar, a lutar e a sonhar.
António Ambrósio
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