OPINIÃO: Melhoria Contínua: Uma Cultura que se Constrói Todos os Dias

Melhorar continuamente é, mais do que uma prática de gestão, uma atitude que se cultiva. Num mundo em constante transformação, onde as exigências aumentam e os desafios se renovam diariamente, adotar uma lógica de melhoria contínua é essencial para garantir a agilidade, a competitividade e a sustentabilidade de qualquer organização.
Esta filosofia assenta numa ideia simples, mas poderosa: tudo pode ser melhorado. Processos, produtos, métodos de trabalho, formas de comunicar, de decidir e de colaborar — há sempre margem para fazer diferente e fazer melhor. É precisamente nesta mentalidade que reside a força das equipas e das organizações que recusam acomodar-se.
Melhorar exige, antes de tudo, disponibilidade para escutar, vontade de aprender e coragem para questionar. Exige também método: indicadores fiáveis, momentos de reflexão, análise crítica dos resultados e capacidade de atuar com rapidez. Mas nenhuma ferramenta tecnológica substitui o mais importante — o envolvimento genuíno das pessoas. A melhoria contínua nasce das ideias de quem conhece o terreno, dos contributos de quem vive os desafios do dia-a-dia, da colaboração entre áreas e da partilha de boas práticas.
Neste contexto, o benchmarking surge como uma ferramenta estratégica de grande relevância. Tal como demonstrado por Malapa, Sukdeo, Mukwakungu e Mbohwa (2023), o benchmarking permite às organizações identificar pontos de melhoria, reposicionar-se no mercado e aumentar a qualidade dos produtos através da comparação com boas práticas do setor. Embora o estudo destaque limitações quanto à representatividade da amostra, reforça o valor do benchmarking como um catalisador eficaz de melhorias operacionais sustentadas.
Mais do que uma meta, a melhoria contínua é um caminho. Um percurso construído por todos, a todos os níveis da organização. Lideranças comprometidas, equipas motivadas, comunicação aberta e valorização do esforço coletivo são ingredientes indispensáveis para que esta cultura floresça.
Ao apostar na melhoria contínua, não estamos apenas a corrigir falhas ou a aumentar a eficiência. Estamos a construir, com consistência, um modelo de organização mais forte, mais inteligente e mais capaz de responder aos desafios do presente e do futuro. Porque quando cada pessoa se sente parte ativa da mudança, a qualidade deixa de ser apenas um objetivo — torna-se uma forma de estar.
Melhorar não é começar do zero — é fazer melhor o que já fazemos bem. E isso começa hoje, com pequenos gestos, com escuta ativa, com espírito crítico e com vontade de evoluir. A excelência não se atinge de um dia para o outro. Constrói-se, com determinação, todos os dias.

Beatriz Pereira
Finalista de Engenharia e Gestão Industrial

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