Crónicas de tudo e de nada: O dia seguinte

Sejam as notícias boas ou más, o dia seguinte é sempre aquele em que o impacto se faz sentir com maior intensidade. O nascimento de um filho, a perda de um familiar ou amigo, a licenciatura de um neto, a compra de um carro novo, a decisão de casar ou de se separar — todos esses momentos ganham um significado diferente quando chega o dia seguinte.
No caso das eleições, esse dia pode ser de celebração, de reflexão, de desalento, ou até de malabarismos numéricos que tentam atenuar derrotas ou ampliar vitórias. Seja como for, os resultados das eleições autárquicas estão agora validados. Que este novo ciclo traga serenidade, sentido de responsabilidade e um envolvimento genuíno na causa pública — sem espaço para arrogância, insulto ou verborreia, quer de crítica quer de bajulação. A sociedade precisa de mais ponderação e menos ruído.
Agora é o momento de felicitar todos os eleitos e desejar-lhes que mantenham, no exercício das suas funções, o mesmo entusiasmo e energia que demonstraram durante a campanha. É tempo de transformar promessas em realizações, sonhos em projectos concretos, palavras em acções. É tempo de arregaçar as mangas e trabalhar com seriedade, olhando sempre para o essencial: a melhoria da qualidade de vida das pessoas.
É, acima de tudo, o tempo de recordar o que nos motivou a participar, a acreditar e a contribuir para o bem comum. Porque a verdadeira política começa precisamente no dia seguinte.

Alice Mano-Carbonnier

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