
Sentada à beira do rio
Vejo-o passar de mansinho,
Vai sem pressa de chegar!
Cruzou planícies e montes
Banhou terras, saudou pontes
No seu lento vaguear.
Numa curva mais esquiva
Surge uma árvore caída
Que é preciso ultrapassar,
E os pedregulhos a seguir
Não o fazem desistir
Nada se faz sem lutar.
Estremeceu de repente
E embrulhou-se na torrente
Para em cascata desabar.
Mas que grande trambolhão!
Bateu forte o coração,
Julgou que ia naufragar!
Mas seguiu o seu caminho
Espraiou devagarinho
Ouviu as aves cantar,
Saudou peixes, beijou flores
E testemunhou amores
Nas margens a fervilhar.
Que sossego, que remanso!
Que sensação de descanso
Nos faz o rio invejar!
Mal sabemos quantos perigos
E outros tantos inimigos
Ele teve de enfrentar.
Tão tranquilo vai no Verão!
Correndo com mansidão
Até encontrar o mar.
E eu aqui fico suspensa
Com uma vontade imensa
De com ele navegar.
Alice Mano-Carbonnier/ Agosto 2025
|
Inicie sessão
ou
registe-se
gratuitamente para comentar.
|

O «Figueira Na Hora» é um órgão de comunicação social devidamente registado na ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social). Encontra-se em pleno funcionamento desde abril de 2013, tendo como ponto fulcral da sua actividade as plataformas digitais e redes sociais na Internet.
design by ID PORTUGAL