No planeta Terra existe uma localidade cujo nome é Buarcos, vila de Buarcos, situa-se no concelho da Figueira da Foz, distrito de Coimbra, país de Portugal, continente europeu. Por todos, pelo menos aqueles que se dizem gente viva e acordada neste pequeno planeta, conhecida como - vila de Buarcos - para outros, aqueles que a sentem de uma forma diferente, o vilarejo de Buarcos é conhecida com - Buarcos city.

Considero-me um Homem do Mundo. Sempre que me questionam de onde sou, tenho por hábito responder que sou - do Mundo - uma pessoa que não pertence a lado nenhum, mas que é de todo lado. E quando assim respondo, logo quem pergunta se põe a adivinhar da minha naturalidade - És daqui, dali ou dacolá - até que, sabendo que nestes meus mais de 18 anos de vida passei pelo concelho da Figueira da Foz, me dizem - És de Buarcos -.

Quando me dizem que sou de Buarcos, de Buarcos City, normalmente respondo - Se fosse de Buarcos punha uma corda ao pescoço - na passagem de uma imagem de que jamais eu seria da vila de Buarcos. Mas esta minha resposta é dada numa entoação de brincadeira, percebendo quem me pergunta que, primeiro, não sou de Buarcos, mas que nutro carinho pelas pessoas de Buarcos; pois se assim não fosse, limitava-me a depreciar as pessoas de lá e a própria vila em si.

Não, não sou de Buarcos... sou um cidadão do Mundo, que não pertence a lado nenhum em geral, mas pertence a alguns locais em particular. E um dos locais a que pertenço, por minha vontade, é a Buarcos. E porquê?! Simples;

Buarcos é uma vila plantada junto ao mar, não sei com quantos habitantes. Poderia ser uma vila como tantas outras vilas que por aí há, mas não é; Buarcos é uma vila diferente; diferente nas pessoas e na sua maneira de ser. Os buarcosenses são pessoas com uma forma de estar entre eles diferente de todos os poisos que já conheci. São pessoas cujo sentimento pelo outro buarcosense excede o sentimento por si próprio; são irmãos, mais do que sangue, de alma. São seres que despem a camisola para a dar ao seu conterrâneo buarcosense, mesmo que fiquem com frio. E por mais distantes ou diferença que tenham, quando toca o rebate, esquecem essas diferenças e distâncias e juntam-se, numa corrente de entre-ajuda e apoio, ao membro que dela necessita.

Buarcos é uma sociedade secreta, uma irmandade dissimulada em comunidade piscatória, um grupo de seres que comunicam telepaticamente. Se um está bem, consegue uma grande conquista, todos estão felizes e se juntam para jubilar o feito, mas se um está numa fase mais sombria, todos se juntam para, num abraço conjunto, o ajudarem a atravessar o deserto e tornar mais fácil essa caminhada.

Eu, se fosse de Buarcos metia uma corda ao pescoço. Sim, metia-a, para que eles todos se juntassem numa corrente de amizade e viessem em meu auxilio. Eu sou de Buarcos, porque assim me quero sentir, porque na vila passei bons momentos e ali, naquele espaço, fiz e tenho amigos.

A todos os buarcosense danados, envio um grande abraço de fraternidade, porque a irmandade está lá... a irmandade está lá.

Forte abraço