Neste episódio de 15 de outubro, a jornalista Maria João Carvalho – nascida em Lisboa mas figueirense de coração e sonhos - fala de momentos que viveu enquanto jornalista de guerra.
Maria João Carvalho foi a primeira mulher em Portugal a trabalhar como repórter de guerra freelancer em Angola, Croácia ou mesmo na Bósnia. A par da escrita, também fotografou a guerra.
As recordações que aborda ligam-na a Sarajevo, onde trocou a sanidade por poemas e noites de jazz.
«Era tão fácil ir ao Afeganistão» é o título da sua crónica de onde retirámos alguns pensamentos e que pode ser escutada aqui.
“Não consigo ver a vida sem poesia, nua e crua. Mesmo na guerra. A guerra modificou alguma coisa em mim, deixei de poder fazer jogos de cintura, as coisas são o «sim» ou o «não» (…). Na guerra aprendi que só há o «bom» e o «mau», as situações de «mais ou menos» não existem (…). Mas a conjugação desse «bom» e desse «mau» são poéticos porque sempre que há resistência, sempre que há sobrevivência, só a poesia, a literatura e a arte em geral, podem fazer a diferença desse «bom» e desse «mau», do humano e do desumano. Mesmo que a pessoa não seja poeta, nesses momentos «come-se» a poesia, «comem-se» as palavras quando não há mais nada para comer».
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