Educação e civismo

Recentemente, deparei-me com um “post” dum português, emigrado na Suécia, que relatava vários factos enaltecedores daquele povo e daquela nação.
Acerca do civismo daquele povo, relatava que na fábrica onde trabalhava, os seus colegas, ao chegarem ao trabalho, começavam a estacionar os seus automóveis nos estacionamentos mais afastados, para que os seus colegas que, por qualquer motivo, chegassem mais atrasados, pudessem estacionar mais próximo da entrada e, deste modo, gastassem menos tempo para chegarem ao trabalho.
Isto é civismo! Isto é camaradagem! Isto é educação, isto são bons princípios!
Consequentemente, por este e, muitos outros exemplos, apaixonou-se por aquele povo, por aquela nação e por lá se radicou e estabeleceu família.
Não resisti a estabelecer uma comparação com o meu país, com os meus conterrâneos e com a sociedade que temos vindo a construir: No passeio em frente à entrada do prédio onde habito, as senhoras encarregadas da sua limpeza, são derrotadas pela presença insistente das beatas dos cigarros, atiradas ao chão e esmagadas com o mesmo desprezo, indiferença e desdém que esses fumadores denotam por quem aqui vive e, sobretudo, por quem, denodada e afincadamente, tenta manter limpa a entrada do prédio; O mesmo se diga dos dejectos dos animais de estimação, espalhados pelos passeios, pelos jardins e pelos parques da cidade; Do lixo espalhado pelas ruas; Das “chicletes” cuspidas para o chão; Dos espelhos e dos sinais de trânsito roubados sem qualquer discernível e aparente utilidade; Das lâmpadas dos candeeiros de iluminação pública apedrejadas e partidas; Das laterais dos automóveis intencionalmente riscadas, duma extremidade à outra, por actos de mesquinha inveja e desprezo pelos bens que outros adquiriram com esforço e trabalho.
Com mágoa, tristeza e sem esforço, podia prolongar esta lista de maus exemplos. Mas, o que é isto? O que é que está a acontecer? Não partilhamos os genes de um valoroso povo que, outrora, “deu novos mundos ao mundo”?
Nós partilhamos os genes do povo que inventou o SEXTANTE, que revolucionou a arte da construção naval e a ciência da navegação, que iniciou uma revolução científica que impulsionou a humanidade para uma nova era do seu desenvolvimento rumo à actualidade. Partilhamos os genes dum povo que, sendo pouco mais de vinte milhões de almas espalhadas pelo mundo, consegue marcar abundante presença e afirmar-se com excelência nas mais diversas áreas do saber e nas mais diversas actividades.
Então, onde falhámos e onde continuamos a falhar?
Certamente, falhámos e falhamos, primordialmente, na educação, na transmissão dos valores e dos princípios, adentro das portas dos nossos lares, lugar onde tudo começa e onde tudo se define.
Dá que pensar…, não dá?

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