Neste primeiro subtexto não quero pesar as frases carregando-as com o subentendível. Prefiro usar o ponto final aparentemente abrupto, mas aberto ao entendedor como reticências... Só aparentemente se torna mais seco. A narrativa fica mais enxuta, por isso, mais rápida. Ele fica conciso, denso, mais exigente e estimulante ( - Ele quem? E para quem? ). Com menos fraseado digo o mesmo, sem desertificá-lo. Encurto-o ou estendo-o à conveniência. Uma palavra ou um verbo acertadamente colocados bastam uma frase inteira. Fraseiam sem cansarem. Escrever assim é uma arte elaborada, exige mais de ambos ( - Ambos? Quais? ).
Porém...
neste segundo subtexto digo que as adversativas também enriquecem a escrita, assim como também as adversidades são indissociáveis da vida, consequentemente, não sou um "escrevinhador" com um só estilo ou duma só mão, antes digo-me um emocional.
Não tenho amarras, tenho emoções, cordas partidas... um coração volúvel, instável, caprichoso e indomável!
Então... nessas alturas, o coração dispara a escrita num galope descontrolado, ela ziguezagueia, atropela regras, pontuações, conjugações, nomes, pronomes, complementos e tudo quanto naquele descaminho e desatino se atravesse à frente da inspiração desenfreada, a escorrer suor ensopado, sobre a beleza dos segredos que as palavras contêm e apenas revelam quando buriladas com amor e génio quase demenciais.
Ela reinventa-se sem obediência, nem respeito, pelas regras do bem escrever, porque é paixão, é mistério insubordinado a fórmulas... é bolo com sujeito, mas insujeita a nenhuma receita prévia...

Walter Ramalhete.
Figueira da Foz, 25 de Outubro de 2025.
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