Abate de árvores: autarquia disponível para reunir com Movimento Parque Verde

Tendo por base o previsto abate de algumas árvores junto ao Mercado de Buarcos, em espaço de requalificação urbanística, o Movimento Parque Verde (MPV) traçou hoje um resumo das medidas tomadas a fim de suspender ou anular esta decisão camarária.
Recordando pedidos de reunião urgente (com últimas datas de 3 e 27 de setembro), adianta Luís Pena, do MPV, que “nada foi aprazado connosco até à presente data, no entanto, as obras continuam a bom ritmo”.
Desta forma, foi hoje anunciado, “seguirá queixa para a Provedoria de Justiça para que, de futuro, situações como esta não se voltem a repetir”.
O município da Figueira da Foz, através do Gabinete do Presidente, mostra abertura em reunir com o Movimento: “o município deliberou reunir todos os dados tidos como pertinentes, accionando os devidos procedimentos para uma resposta clara e objectiva, reiterando a disponibilidade para nesta fase reunir com o Movimento Parque Verde”.
Numa explicação enviada ao Figueira Na Hora pode ler-se ainda que “lamentamos que o Movimento Parque Verde tenha avançado num primeiro momento com a exposição pública do tema em causa, sem que tivesse exposto junto do município todas as considerações inerentes à proposta/ parecer defendido”.

Comunicado do Movimento Parque Verde
(…)
1. O Movimento Parque Verde é um movimento de cidadania, com mais de 20 anos de existência, que tem no seu pressuposto a defesa dos espaços verdes na zona urbana da Figueira da Foz;

2. É um movimento supra-partidário que só tem como único interesse o bem-estar da sociedade em que se insere, batendo-se, por isso, pela defesa dos corredores verdes delineados pelo Plano Garret e pelos Arq. Alberto Pessoa e Ribeiro Telles;

3. No passado dia 14 de Agosto, fomos alertados da marcação de árvores saudáveis com uma cruz vermelha, na zona ribeirinha de Buarcos, alvo de intervenção por parte desta autarquia, assinalando o seu abate.

4. Em conversa com os trabalhadores fomos informados que o abate se daria no dia 16 de manhã, sendo que dia 15 foi feriado, era impossível a marcação de reunião com o Sr. Presidente da Câmara, daí a necessidade imperiosa de termos marcado uma concentração no local para impedir o abate;

5. Aquando da reunião de câmara, realizada a 30 de Agosto último, foi afirmado pelo senhor Presidente que só se procederia ao abate de 10 árvores…
6. Após esta informação, tornada pública nessa reunião, o Movimento Parque Verde, no dia imediato, ou seja, em 31/08/2018, requereu uma reunião técnica urgente com a seguinte finalidade:
- Indicação precisa das 10 árvores que tencionavam abater.
- Quais os locais, as espécies e número de árvores a plantar.

7. Em virtude da não resposta ao nosso pedido de reunião urgente, em 3 de Setembro, reiterámos o pedido.

8. Em 4 de Setembro, fomos informados que o Arq. Ricardo Vieira de Melo se encontrava a desenvolver as alterações resultantes dos acertos no projecto e que, após recepção das mesmas seria marcada uma reunião com este Movimento.

9. Dado terem decorrido mais de 3 semanas sem qualquer notícia, nem marcação de reunião, em 27 de Setembro transacto, foi reiterado novo pedido de reunião.

10. Porém, nada foi aprazado connosco até à presente data, no entanto, como podem observar, as obras continuam a bom ritmo, o que nos faz depreender que não existe vontade de reunir com este Movimento que, conta com um passado de independência, coerência cívica e cultura democrática.

11. Por tal facto, vimo-nos obrigados a dar esta conferência de imprensa servindo a mesma para informar que seguirá queixa para a Provedoria de Justiça para que, de futuro, situações como esta não se voltem a repetir nesta cidade com um passado de fraternidade democrática onde reinou sempre o diálogo.
12. Porque as árvores não falam e não votam, têm aqui – neste Movimento - a sua Voz!
(…)

Tomada de posição da autarquia, enviada pelo Gabinete da Presidência ao Figueira Na Hora

(…)
“Após a tomada de posição pública adoptada por algumas forças políticas e pelo Movimento Parque Verde, deliberou o Sr. Presidente da Câmara reunir conjuntamente com a equipa projectista e a equipa técnica com vista à análise das considerações tornadas públicas pelo movimento em causa”.
Assim, foi instruída a abertura de um processo para que de uma forma analítica se procedesse à conjugação dos pressupostos apresentados com a herança verde do local em causa.
Uma vez concluída a instrução do processo, situação que irá ocorrer nas próximas horas, será dado conhecimento aos srs Vereadores e paralelamente, a respectiva nota pública.
Findo o procedimento de informação das conclusões inerentes ao processo em causa junto dos Srs. Vereadores e da opinião pública, o Município reitera a disponibilidade para reunir com o Movimento Parque Verde.
Lamentamos que o Movimento Parque Verde tenha avançado num primeiro momento com a exposição pública do tema em causa, sem que tivesse exposto junto do município todas as considerações inerentes à proposta/ parecer defendido. Não houve por parte do município possibilidade de reivindicação do mérito de resposta. A capacidade de diálogo e análise crítica são princípios democráticos que nos movem.
No contexto desta actuação, o município deliberou reunir todos os dados tidos como pertinentes, accionando os devidos procedimentos para uma resposta clara e objectiva, reiterando a disponibilidade para nesta fase reunir com o Movimento Parque Verde.
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